31/01/2007

Referendo : sim , não ou não sei?

Neste momento não sei. Tenho valores fortes que me fazem inclinar para o lado do "Não". Ouço algumas pessoas do "Sim" a falar, com argumentos válidos e fico a pensar.

Uma coisa é certa. Aliás, duas coisas são certas. Vou votar "Sim" ou "Não". Voto nulo ou em branco não vai acontecer da minha parte. Porque temos uma opinião e seja "Sim" ou "Não" devemos apostar numa delas e assumir as consequências de tal feito.

Agora, para defender uma destas posições preciso de estar quase a 100% , senão mesmo a 100% convicto das minhas ideias. Não o estou de momento. Ouvi e vi os dois debates televisivos até então e retive aquilo que foi dito. É preciso analisar, pensar e reflectir sobre aquilo que é a vida e a nossa missão nela.

Contra o aborto somos todos. O mundo inteiro. Agora contra a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado, aí a coisa muda de figura.

A segunda coisa que é certa, é que não há respostas correctas neste referendo. Quem somos nós para julgar se o "Sim" ou o "Não" está correcto. Não somos nada nem ninguem.
O voto vai ser de acordo com os nosso valores, a nossa consciência e da maneira que pensamos e vemos o mundo. Não deve ser votada, nem arquitectada na nossa cabeça a solução mais fácil e mais cómoda.

É preciso pensar, reflectir e estarmos informados.

20 comentários:

Anónimo disse...

Nem mais: a decisão vem de nós e não duma campanha qualquer - neste caso específico, é um tipo fechar-se no quarto, não ouvir mais nada, e decidir em paz consigo mesmo. E depois cumprir o que decidiu - qualquer outra coisa, vai implicar mais tarde ter dúvidas.

Flaw disse...

é sempre bom trocar opiniões sobre o assunto e não decidir "só por decidir".

Do Norte disse...

Nunca deixei de votar e não é agora que estou a pensar fazê-lo. No entanto, dou mtas. vezes comigo a pensar:"quem sou eu para julgar os outros? quem sou eu para me meter na vida de cada um? quem sou eu para interferir na decisão dos outros?"
Vou continuar a ler, a ver e a ouvir tudo o que possa, sobre o assunto e principal/ a pensar, para que depois a m/ consciência não me acuse de ter decidido errada/.

Nia disse...

eu vou votar no sim. sem dúvidas. já há muito que me decidi!

libelinha disse...

como ja escrevi e dei a entender, sei em q quadrado vou por a minha cruz.
o que a do norte comentou aqui vai ao encontro do meu ultimo post, precisamente, pk me ha-de fazer a mim diferença em que outros tenham mais direitos???
cabe a cada um individualmente colocar-se a questão, esta, a do aborto, a das sua convicções, a do justo, a do equilibrado...

Vera Lucia disse...

É uma decisão dificil de ser tomada.Só quem esta vivendo essa situação para saber que atitude tomar. Quem somos nos para julgar!!! Cada caso é uma caso.

Anónimo disse...

Os meus argumentos:
- para começar e a mais importante, nao podemos disser não à vida. Toda a gente tem o direito de viver e mesmo que tu nao concordes que um feto nao seja uma vida (devido ás questão cientificas), é um projecto de vida em que tu tens a certeza que dali irá surgir uma vida.

- Nos dias de hoje, em que a sociedade cada vez mais é virada para o consumismo, cada vez se torna mais lógico disser: eu nao quero pôr um filho neste mundo se não tiver condições. Atenção, Portugal no tempo dos nossos avos eram muito mais pobres que nós e havia menos subsidios. E nao foi por isso que deixaram de crescer saudáveis e viver até aos 90 anos. Nós que cada vez mais, crescemos numa manjedoura de ouro, nao conseguimos ter a noção que uma criança precisa muito mais de afectividade que os próprios bens consumíveis (excepto a comida) E, nao é por andar num colegio, roupas de marca, etcss que há-de ser menos feliz. A verdadeira questão é que nós estamos tao virados para o nosso umbigo que quando os casais têm filhos, eles não estão acostumados a ter de fazer os sacrificios.

- O aborto nao deve ser um fim para acabar com a pobreza. Por isto acaba por ser um ciclo vicioso. Um casal que nao tenha condições monetárias para comprar contraceptivos, vai acabar por abortar. Vai a clinica e acaba por resolver por agora o problema. MAs quem garante que passado um ano, nao voltem a ter dinherio e acontece novamente.

- Tb há a questão que todos os meses eu vejo parte do meu dinheiro a ir para o estado. Significa que Eu vou estar a dar dinheiro para que as clinicas de aborto esteja abertas ou mesmo contribuir para que haja condições nos hospitais para estes se realizarem. Se querem resolver o problema da pobreza, acho muito mais digno porem o dinheiro para ajuda á maternidade, á contracepção á informação nas escolas, ás associações que colaboram com as mães solteiras, associações de apoio á criança. Apoio na reestruturação da lei da adopção, de maneira a ser um processo menos demoroso. De maneira a que a criança assim que nasce possa ter logo um lar.

- para acabar, os meus pais nao me educaram para o facilitismo. Mas quando as coisas nao nos correm bem ou quando acontecem coisas que nós nao estavamos a contar na altura errada, ensinaram-me a lutar contra o negativo que isso poderá trazer à minha vida e lutar sempre para que as coisas melhorem com as limitações que tenho. Agora, quando as pessoas querem alguma coisa, têm de arcar com as consequencias que possam surgir daí: mesmo que seja uma gravidez indesejada.

Obrigado Nuno por me obrigares a pôr as minhas ideias em ordem.:))

Nia disse...

então,nos casos de violação e nos casos de risco de vida para a mãe, não devia ser autorizado o aborto, já que se está "a matar uma vida" á mesma!

eu acho que a realidade tem de ser encarada como ela é e não como devia ser. porque essa utopia que todos deviam ser responsáveis, usar contraceptivos, amar os filhos indesejados e etc é muito bonito mas é uma história floribella!!
duvido muito que alguém engravide por falta de informação, não me parece que seja assim tão importante a educação sexual nas escolas, alem disso os contraceptivos são gratuitos no IPJ por exemplo, por isso, se continua a ver gente a abortar, é com esta situação que temos de lidar.

assim sendo devemos votar pela vida sim, mas por uma vida feliz, quer a das crianças quer a das mães. essa felicidade só se consegue quando as mães estão preparadas em todos os campos para ter as crianças. toda a gente já se sentiu em algum lugar pouco desejada, nuns breves momentos, num sitio qualquer em que estava rodeada por pessoas que não nos queriam la! agora pensem como seria sentir isso toda a vida!!!

quanto ao dinheiro que vai para as clínicas de aborto, lol, parvoíce diria eu! afinal os gastos vão ser ainda maiores... acompanhamento pré-natal, durante o parto, acompanhamento pós-parto, instituições de acolhimento/subsídios de pobreza, entre outros gastos!

é preciso ver que antigamente tinham muitos filhos mas que as exigências não eram as mesmas. os meus avós têm 7 filhos e nenhum deles tem mais do que a 4ª classe porque não havia dinheiro. e a meu ver o que a gente precisa menos em Portugal é de mais pessoas pouco instruídas e de mais criminalidade!
uma curiosidade: antigamente as pessoas tinham muitos filhos para que eles a partir dos 10 anos ou menos começassem a trabalhar e a ajudar na agricultura! era um negócio bem montado!!!

para terminar, já que as mulheres são as protagonistas e já que grande parte dos homens infelizmente arrumam-se das responsabilidades, pelo menos desta vez sejam parte integrante deste problema social e votem!
de preferência deixem as mulheres escolher já que são as maiores prejudicadas!!!

LiLith disse...

É perfeitamente lícito que tenhamos dúvidas num assunto tão sério. Acho que a pergunta como está feita vai baralhar muita gente. Não me parece que o que está em questão é se somos a favor ou contra o aborto. Ninguém o deve fazer de ânimo leve, toda a gente sabe o que significa tal acto... Mas o aborto faz-se e vai continuar a fazer-se independentemente de ganhar o sim ou o não. A questão é quem sou eu para julgar... Não vou decidir por ninguém por isso vou votar sim. As pessoas não vão começar a abortar só porque não é penalizado, quem abortava vai continuar independentemente dos resultados e quem nunca o faria vai manter essa posição independentemente dos resultados.
Não acho bem que quem está desesperado morra a fazer um aborto, não acho bem que não haja apoio psicológico para quem pondera fazê-lo... Não acho bem que as crianças nasçam e sejam mortas, nem acho bem que sejam metidas num caixote do lixo, nem acho bem que sejam maltratadas porque quem as teve não as desejou. Não acho bem que uma mulher desesperada e sem posses morra por não ter dinheiro para ir a espanha ou vá parar à barra dos tribunais. Por isso voto sim. E digo com sinceridade, eu não abortava mas não posso decidir pelos outros.
Há mais uma coisa que me faz votar sim. Nem todas as violações são contadas, nem todas as violações são provadas e uma criança que nasça de uma violação já não nasce saudável pois o estado emocional da mulher durante a gravidez influencia o seu desenvolvimento. E digo com sinceridade, se fosse violada e daí resultasse uma gravidez eu abortava. E porque nem todas as violações são reveladas e provadas eu voto sim.
A cada um a sua decisão pessoal mas se o tiverem de fazer que o façam com todas as condições de saúde física e psíquica necessárias por isso vou votar sim.

Anónimo disse...

Eu longe de ter uma opinião formada "contra" ou a "favor" do Aborto, Voto pelo Sim. Não que eu seja abertamente a favor ao aborto, mas porque sou tolerante à consiencia de cada um. Quero crer que ninguem faz um aborto de animo leve por isso, a consiência de cada um é o melhor modo de julgar a questão do aborto.

Acho que deve ser a consiência de cada um a evitar o aborto, não a Lei.

Um caso cru, é o caso do Livro "Freakeconomics" de um ecomista, que estudou desenvolveu uam teoria que para a espantosa descida da criminalidade nos EUA nos anos 90. Pois bem, na decada de 80 o crime tinha vindo a aumentar e as previsões para meados de 90 eram de continuação do aumento atingindo niveis nunca dantes atingidos. No entanto o que se passou, foi, que a taxa de crime diminui do dia para a noite, -drasticamnete-. Ora surpresa das surpresas, o autor desses livro (que eu li., e q voçes tb o podem fazer) atribui a descida da taxa de criminalidade à introdução da lei do aborto no inicio dos aos 80..... ! O argumento dele de uma forma concisa é: Qdo uma criança nasce num numdo da criminalidade/marginalidade tem temdencia a seguir a mm forma de vida que predomina no seu meio. Então se a uma jovem rapariga tivesse um filho e esse filho vivesse num meio de marginalidade, como a propria mãe, a a dada altura esse filho iria provavelmente estar tb relacionado com crimes. O que a lei do Aborto provocou foi que crianças filhas de pais "marginais" não nascessem.... não dando continuidade ao ciclo vicioso da criminalidade. Então, o autor defende que as crianças que não nasceram por decisão da mãe a partir dos anos 80 (por elas -as mães- entenderem que não tinham condições, fosses elas quais fossem), tambem em meados dos anos 90 (pelos 13-17 anos) tambem não estariam a rua a cometer crimes...


Isso é apenas uma achega à discussão. Por mim cada qual com a sua consiência!

Anónimo disse...

Primeiro, aopesar de ser de consciencia todos somos chamados a decidir ou Sim ou Nao, porque se for Sim, todos vamos ser envolvidos nesta questão seja com o nosso dinheiro seja na permissão psicologica que as pessoas à nossa volta o façam. Por isso, cada um de nós tem de decidir e formar opinião de maneira a ir votar.

Acerca do teu texto
Entao se fossemos por esse raciocinio deviamos desautorizar todas as mulheres que estao na cadeia terem filhos de maneira a diminuirmos a criminalidade. Antes, todas os casais que tenham um rendimento minimo menor que X simultaneamente com cadastro num dos progenitores de terem direito à paternidade!
O aborto nunca deve ser um meio para resolvermos questoes de criminalidade, pobreza entre outros. Porque ao mesmo tempo é uma finalização à vida. Não devemos tentar resolucionar questoes da sociedade em detrimento da vida. Desta maneira, entao tambem devemos autorizar a eutanásia para melhorar o nosso sitema de saude, diminuindo o numero de doentes que existem nos hospitais e diminuindo tb as listas de espera...
Se querem acabar com a criminalidade, criem programas de ajuda ás pessoas que têm menos. Criem mais postos de trabalho, por exemplo....

E eu, por exemplo, nao acho que a criminalidade nos anos 90 tenha diminuido por causa da introdução do aborto no ano 80 nos EU........
acavbo logol

Anónimo disse...

Não concordo quando é dito que um feto “é um projecto de vida em que tu tens a certeza que dali irá surgir uma vida”. Primeiro pq não é uma certeza, e depois pq ao dizer sim a uma vida pode estar-se a dizer não a outra. Ser mãe e pai não é um acto de egoismo (ou pelo menos não deve ser).
E isso das condições é muito relativo. Subsídios há muitos para quem tem muitos filhos, mas não é isso que está em causa! Uma pessoa pode ter óptimas condições financeiras e não ter nenhuma condição psicológica, pode não desejar ser mãe ou pai. E qual é o problema disso? É uma decisão tão válida quanto ter um filho!
Também já ouvi muita gente a dizer que nos dias de hoje só engravida quem quer, pq há informação e métodos anticoncepcionais. É pura hipocrisia! Os métods são falíveis e os próprios humanos têm falhas. Não é por este motivo que nos devemos seguir e tomar decisões. Há falhas no sistema de saúde português, mas é sabido que são as pessoas mais desprovidas financeiramente que mais facilmente arranjam estes métodos.
Dados fiáveis dizem que 80% das mulheres que abortam só o fazem uma vez e é claro que nenhuma acordou e disse “que lindo dia, acho que hoje vou fazer um aborto!”. Não se trata de facilitismo nem de uma decisão feita assim de leve vontade, trata-se de decisões sérias acentes nos valores de quem o faz, e que se devem respeitar
Outra coisa engraçada é que se queixam que não estão para financiar as clínicas de aborto, mas esquecem-se que gastam muito mais nas consultas de seguimento de gravidez e depois nos próprios subsídios... Ironico, não? E as condições que há hoje em dia nos hospitais são as necessárias se o “sim” vencer. As “operações” para efectuar um aborto são das menos morosas e menos dispendiosas, o que se torna no inverso se foram feitas ilegalmente.
Concordo plenamente quando dizem que o processo de adopção deve ser menos moroso, embora na mesma com um certo tempo de avaliação necessário para avaliar o casal. Mas isto não é uma solução, é um complemento e algo em que se deve pensar independentemente do referendo.
E a eutanásia não á para aqui chamada, é outra questão a ser debatida e embora estes dois pontos se toquem, são questões a serem dscutidas àparte.
Já agora, alguém sabe o que acontece aos filhos nascidos nas prisões?

Anónimo disse...

Gostei do que escreveste.

A verdade é que por se tratar de uma questão de consciência, é, por si só subjectivo.
E a subjectividade nestas coisas, pode ser muito cruel.
No entanto, e porque vou falar apenas da minha opinião, e por isso mesmo vale o que vale, não queiram achar que desrespeito seja que opinião for.
Acho que estamos todos do mesmo lado, mas de perspectivas diferentes.

O sim ganha de certeza mas….

O que penso é que a pergunta está, por si só, e propositadamente, mal feita.
E quem a fez, sabe disso para nos dissuadir a votar sim. Alguém não é a favor da despenalização? Não…Á partida, estamos todos de acordo.

Eu penso que só se deveria legislar sobre uma coisa destas, se fôssemos um país evoluído, e culturalmente à frente. Nessa hipótese, eu teria ‘cobertura’ e liberdade legal de abortar, mas seria a última das minhas opções, e eu nunca iria fazer um aborto, porque o preveni.
Mas não estamos num país em que as pessoas pensem assim…

Estamos num país em que os pais mal falam com os filhos, as meninas abortam porque foram irresponsáveis, os pais pagam os abortos…E a lição é aparecerem grávidas outra vez.
As mulheres/homens adultos decidem abortar, porque não têm pachorra nem altruísmo suficiente para amar um ser que nem sequer pediu para vir ao mundo.

E podiam ser sabem quem? Eu, um de vocês - Quantos da nossa geração foram filhos planeados ou desejados?...Muito poucos com certeza, a começar por mim…A minha mãezinha chorou baba e ranho quando soube. Por acaso pensaram nisso?

E a verdade é bem mais triste…Infelizmente, a introdução da pílula do dia seguinte no mercado, tem disparado vendas, e é meu entender que o mesmo se vai passar com o aborto.

Em vez de legislar a estrutura, estamos a legislar o fim do processo, sem pensarmos na cadeia que vem anteriormente e que sustenta os valores que a maioria de nós defende e acredita.

Deveríamos ter uma estrutura legal que obrigasse, à semelhança da matemática e do português, as pessoas frequentarem aulas de planeamento familiar, de educação sexual, porque se os tempos mudam, a lei também tem de acompanhar. Mas que não seja a via mais fácil e votar sim, é sempre mais fácil.

Fui (e nunca me meti em nada disto), à caminhada pela vida, no passado domingo, contra o aborto.

Vi, e ninguém me contou, crianças e adultos com síndrome de down marcharem com cartazes que diziam «por AMOR, não!».

Mais coisas que são verdade…Numa das incessantes discussões sobre este tema, em que um dos nossos colegas da empresa disse: «se me dessem a escolher viver só por um segundo, eu preferia este ínfimo instante de vida, do que não viver rigorosamente nada».

Estou com ele. Eu sou pela vida, definitivamente!

Nia disse...

votar "não" é compactuar com a prisão de muitas mulheres em desespero, mulheres que não viram nenhuma luz ao fundo do túnel quando lhes apareceu o risquinho de positivo no teste de gravidez, mulheres que preferiram não deixar prosseguir o crescimento de um ser não formado, que não pensa, que não tem emoções, que não reconhecesse rigorosamente nada e por isso foram condenadas!
quem achar justo estas prisões, estas condenações que vote não!!!

Anónimo disse...

Não consigo deixar de comentar o caso 'cru' porque a imagem que me veio á cabeça é que justificar a liberalização do aborto até ás 10 semanas com essa estatistica parece-me uma pena de morte antecipada para crimes não cometidos.
Mas a pergunta que tenho posto á consideração da minha consciência é se com a despenalização do aborto se não estará a tentar dar resposta á pergunta errada. Eu pergunto-me é como aumentar a igualdade de oportunidades; como diminuir a pobreza; como diminuir a gravidez na adolescência; como dignificar uma vida que à partida é limitada por uma deficiência...A despenalização do aborto para mim é um remendo feito à pressa!

snowgaze disse...

Uma coisa é certa. Se votares não, não vais impedir ninguém de abortar, antes vais apoiar que haja pessoas que abortam sem o mínimo de condições de higiene e segurança, correndo o risco de morrer. Se votares não, compactuas com o mercado negro do aborto, tanto das clínicas privadas como de outros sítios onde se abortam, que apenas têm a ganhar com terem um negócio ilegal, que não é fiscalizado, não tem que cumprir práticas de segurança, não é responsável por aquilo que eventualmente corra mal, e que, ironia das ironias, nem sequer paga impostos. Se votares não, estás a contribuir para que continue a haver duas classes de cidadãs portuguesas, as que têm dinheiro para irem abortar ao estrangeiro (badajoz é tão perto, e o anúncio de "tratamento voluntário da gravidez" vem todos os dias nos jornais), e as que, por não terem dinheiro, irão parar a um qualquer vão de escada, dão o pouco dinheiro (pouco é como quem diz, ouvia falar em 300 euros e mais, sem condições nenhumas) que tanta falta lhes faz a quem lhes fizer o aborto, e com sorte, escapam com vida.
Se votares sim, talvez estas coisas, com o tempo acabem. Se votares não, não vais obrigar nenhuma mulher que não queira ter um filho, a tê-lo, vais é obrigar algumas mulheres a correr risco de vida e a terem que se esconder.

apple_orange_banana disse...

Voto sim, pela democracia, pelo direito à escolha de cada um. Não existem respostas certas ou erradas em assuntos como estes, por isso dou a liberdade de quem não pense como eu, de fazer o que achar certo, sem ser penalizada e com condições sanitárias.

Anónimo disse...

Em resposta ao António Silva:

"O aborto livre surgiu nos E.U.A. em 1973, no rescaldo do caso Roe
vs. Wade., e hojeem dia, nesse país, a maré está a virar no sentido de
restringir de novo o aborto, procurando desenvolver estruturas sociais
que protejam a maternidade.
Portugal, que gosta de importar tardiamente os erros dos outros,
planeia agora liberalizar o acesso ao aborto até às dez semanas, e
isto claramente em "contra-ciclo", quando as taxas denatalidade
prevêem a extinção das nossas populações a médio prazo se nada for
feito paratravar esse "suicídio" demográfico europeu. A Europa
envelhece…Portugal é um dos países da Europa que envelhece mais
depressa.É bizarro promover políticas abortivas liberais quando o país
necessitava de outro tipo demedidas: apoio à natalidade e às famílias
numerosas, criação e financiamento de centros deacolhimento de
crianças abandonadas, facilitação dos processos de adopção de
crianças, entreoutras."

Anónimo disse...

não sabia que agora é preferivel viver na miséria e/ou infelizes a haver menos jovens...

Anónimo disse...

a questão, do ponto de vista jurídico, é mais simples do que parece: a mulher que faz um aborto comete um crime ou não?
entenda-se crime enqt violação grave da sensibilidade da comunidade (pelo menos em termos mt leigos e simples)

O resto....são argumentos falaciosos e mais nada!